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Tremor
04:24
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Eu fico trêmulo, tremendo nas bases
Até você me perguntar "o que trazes pra mim?"
Eu sigo em fuga, quatro vozes sem margem
De erro, e nem alguma falsa passagem para um tom menor
São dez com dezessete anos de idade
Botando fogo em cada velho estandarte no ar
Abrindo becos pelos morros da vida
Janelas na imaginação dolorida de ânsia por gritar
Tudo aquilo que a gente teme
Que a gente vai levando pela frente sem timão
Tudo aquilo que a gente encontra
Como a nota que se vibra na canção
Até que um dia bate o desespero
De sentir o cheiro, o toque e o sabor
Até que um dia esse tremor da vida
Se acalma e vai virando um toque de tambor
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2. |
Mais Uma Rosa
03:02
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Um botão que não se abriu já bastou pra me enterrar
Mas a rosa que surgiu está presa em meu olhar
No silêncio que sobrou, na poeira desse lar
No vermelho que restou e na imensidão do mar
Um botão que não se abriu já secou um grande mar
Todo um mundo destruiu, fez a luz se apagar
E eu espero em meu porão até a rosa me iludir
E um estranho dar-me a mão e o espinho se partir
Mesmo que essa rosa espere sem possível salvador
O espinho sempre fere mas eu não sinto mais dor
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3. |
Na Sua Frente
03:44
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Tudo que eu mais quero agora:
Estar na sua frente
E te dizer o que escondi
O que ninguém mais sente
Tudo aquilo que me exige
Tanto pra contar
Tudo que eu tenho certeza
Que vai tirar as coisas do lugar
Tudo que eu mais quero agora:
Estar na sua frente
E começar tudo outra vez
Mas esquecendo que talvez
Não seja assim
Não seja assim
Não seja assim
Tão diferente
Não
Não seja assim
Não seja assim
Não seja assim
Não, não, não, não, não, não
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4. |
Febre
03:46
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Beijo que essa vida é curta
Que essas águas correm sem destino
Sem caminho pela madrugada e essas flores morrem
Luzes se apagam sem pecado, sem perda total
Beijo que essa noite é longa
E o desassossego vira calma, corpo morto, viva alma
Beijo que transforma em pedra
Quebra feitiço, apara arestas
Abre os olhos, que congela e ferve
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
E beijo que um motivo basta
Não há desculpa pela minha falta de toda ternura
Deixo a minha marca sobre a boca tua, pele arrepiada
Beijo que essa paz termina, vira uma piada
Dessa nossa sina fica quase nada
Beijo que me dá saudade, saudade e fúria
Sempre tão selvagem mesmo pela estrada escura
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
Até o dia raiar
Até a fera que mora aí dentro conseguir escapar
Pra me devorar
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
Beijo que te quero quente
Que te quero febre
Que me quero ardentemente
Mas quem sabe se essa brasa ainda vai queimar?
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5. |
Mea Culpa
04:10
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Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Você veio sem surpresa, um brinquedo sem razão
Logo veio essa certeza que me toca o coração
Os seus olhos só brilhavam contra o sol da tarde azul
Mas a noite te acordava se eu não apagava a luz
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Todo dia a sinfonia não parava até o luar
Mas logo raiava o dia pra outra trilha começar
E numa manhã de sempre o silêncio se instalou
Asas já não mais batiam, olho negro se fechou
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Trouxe junto aquela dor que, de onde vem, não sei
Sua pena sem o vento foi virando só raiz
E a voz que era lamento, de repente foi feliz
A raiz daquele tempo, eu sei, não tarda a brotar
A raíz de uma canção que eu nunca vou saber cantar
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Vem ao lado da saudade das canções que eu já cantei
Essa culpa que me vem desde que eu te aprisionei
Vem ao lado da saudade das canções que eu já cantei
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6. |
Necessidade
04:21
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Quando me dizem, me perguntam pra que serve
Pra que tanto tempo, tanto solo carpido
Tanta lavoura sem fruto, tanto negócio falido
Quando me zombam, pra que toda essa soberba
Tanta reticência, tanto amargo na língua
Toda essa falta de ginga, mesmo que você consiga
Por favor, Dona Necessidade
Não vá me levando motivos
Inventando uma verdade
Me cobrando a cada tanto de coragem
Cada caso honesto
E no fim das contas a canção é a chantagem
Que me me estende as mãos
Mas me abandona
Quando me cobram pra que eu gere gentileza
Foque na raposa e corra como cabrito
Viva em humilde nobreza, fingindo que eu acredito
Que a necessidade chega sem avisar
Levando meus cigarros, minha sala de estar
Meu medo, meu relógio, meu prazer, meu penar
E o meu esmero por mensagem subliminar
Por favor, Dona Necessidade
Não vá me levando motivos
Inventando uma verdade
Me cobrando a cada tanto de coragem
Cada caso honesto
E no fim das contas a canção é a chantagem
Que me me estende as mãos
Mas me deixa pra trás
Mas me deixa pra trás
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7. |
Na Estrada
03:48
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Diga a todos que eu mandei lembranças
Avise os seus avós e as crianças que esse avião já vai partir
Finda a temporada dos amores
Parece até que as cores desbotaram quando mais deviam reluzir
Seja Tokyo, Austin, Noruega
Desde quando sempre se navega sem tomar o leme pra si só?
Talvez eu volte lá de Roma ou Dublin
Mesmo num clima sub-qualquer coisa, quente ou congelante de dar dó
E mesmo que eu diga goodbye, adiós e auf wiedersehen
Algo de mim vai ficar bem aqui também
Quando a cidade é cinza e o tempo é lento
Já chega, eu não espero mais até que o vento mude pra me deixar levar
Eu encho a minha mala de saudade
e torço pra que o medo que me invade vire força pra poder encarar
E quando eu estiver ali na esquina
Talvez eu também chore, então me diga que todo começo chega no fim
Mas não se prenda a essa foto antiga
Se há uma mão amiga que te leve adiante os dias bons e os dias ruins
E mesmo que eu diga goodbye, adiós e auf wiedersehen
Algo de mim vai ficar bem aqui também
E mesmo que eu diga goodbye, adiós e auf wiedersehen
Algo de mim vai ficar bem aqui também
Algo de mim vai ficar
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8. |
Coração Sem Sujeito
04:49
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Mesmo que um caminho errado faça tudo se perder
Mesmo que uma escolha certa não resolva sem doer
Mesmo que esse mundo não me ame nem me adore
Eu sei que a esperança é a última que morre
Mesmo que intenções tão boas não consigam desatar
Mesmo que todas as portas fechem quando eu for passar
Se você não tem saudade, se a memória se esgotou
E se a ponte que cruzava esse oceano se quebrou
Mas que pena, sempre sobra um coração sem sujeito
Uma oração que nem é prece, um pretérito imperfeito
Questão que não pergunta, um grito na garganta
Mas sem palavra pois palavra não resolve coisa nenhuma, não tem jeito
Só quando sobra um sujeito pr'esse coração
Mesmo que sua casa queime sem ninguém pra te salvar
Mesmo que seu poço seque e o vento pare de soprar
Que essa corda se arrebente e a escada chegue ao fim
Que a palavra soe ausente mesmo quando um dia disse "sim"
Mas que pena, sempre sobra um coração sem sujeito
Uma oração que nem é prece, um pretérito imperfeito
Questão que não pergunta, um grito na garganta
Mas sem palavra pois palavra não resolve coisa nenhuma, não tem jeito
Só quando sobra um sujeito pr'esse coração
Pr'esse coração
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9. |
Lá De Onde Eu Vim
06:16
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Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Lá de onde eu vim não tem segredo, eu lembro
Que não tinha medo no meio das cores, das torres
Na fortaleza de amores tão cheia de gente
que ri e que chora de toda a maldade da vida
Mas até nossas hortas acabam se o sol já não vem
E os restos de feira caídos na esquina, sem eira nem beira
Um bar, um presépio vazio, um castelo sem rei
Às vezes parece que cada notícia que chega no vento
Me traz num momento de volta ao lugar de onde eu vim
Pois esse começo de tudo só morre no fim
E hoje eu penso em
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Seguir pelas ruas que nunca terminam na sombra das folhas
Seguir pela selva sem nunca saber quem vem lá
Os gatos se escondem no meio dos carros e cantam pra noite
E lá na distância, a estrada não para jamais
Que pena que o Capibaribe de Sampa não tem tanta pompa
Na proa do barco que leva pra terras mais vis
Bandeira de bandeira branca hasteada, ceifando poemas
Driblando a criança com cada palavra que diz
Que lá no fundo só quer ser feliz
E hoje eu penso em
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
E todo dia aquela estrada me chama
E todo dia aquela estrada me chama
E todo dia aquela estrada me chama
Pra seguir viagem
Pra seguir viagem
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
Lá de onde eu vim
Será que tudo ainda está no seu lugar?
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10. |
Aquários
04:56
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É muito fácil de dizer que todos vão te entender
E fácil de pensar que não há o que explicar
Mas boatos vão correr e todos vão querer saber
E as pedras vão quebrar essas janelas do seu lar
É muito fácil caminhar em busca de sol e de mar
Um sol que brilha e um mar que não vai me levar
Mas sempre sobram sombras, sempre sobram conchas e corais
E eu me pergunto se essa tempestade vai passar
E nesse aquário sem águas revoltas
Mas sem um horizonte pra alcançar
Eu vou seguindo em círculos, sem freios
Por uma embarcação que me leve ao mar
É muito fácil de dizer "quem dita as regras é você"
Se muitos nesse jogo nem sabem jogar
E a minha mão de cartas não me leva ao prémio no final
Mas essa noite eu venço sim, por bem ou por mal
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Guilherme Eddino São Paulo, Brazil
Singer/songwriter, musician, producer
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